BOCA RATON – As audiências em andamento em Tallahassee, onde a Florida Power & Light Co. está buscando aprovação para aumentos de tarifas de serviços públicos, podem afetar milhões de clientes – em Boca Raton e em todo o estado.
A Comissão de Serviços Públicos da Flórida iniciou audiências formais nesta semana para analisar a proposta original de quatro anos da FPL e um acordo revisado apoiado por várias partes interessadas.
O resultado poderá determinar o valor que os clientes pagarão pela eletricidade de 2026 a 2029.
De acordo com a proposta inicial, a FPL estima que um cliente residencial típico que consome 1.000 quilowatts-hora por mês veria sua conta mensal aumentar em cerca de US$ 11 em 2026, com aumentos adicionais nos anos posteriores vinculados a investimentos adicionais em projetos de armazenamento solar e de bateria.
Uma proposta de acordo revisada reduziria esse impacto, com as contas aumentando em aproximadamente US$ 2,50 por mês em 2026 e aumentos menores projetados para os anos seguintes.
Na audiência de terça-feira, uma testemunha especializada da FPL, Arne Olson, sócio sênior da empresa de consultoria Energy and Environmental Economics, admitiu, sob interrogatório, que a empresa de energia havia exagerado a quantidade de energia que pode fornecer a partir de algumas de suas usinas de energia movidas a gás natural.
“O modelo exagerou a capacidade disponível do parque de gás da FPL em cerca de 300 megawatts”, disse Olson, observando discrepâncias nos dados das usinas da FPL nos condados de Martin e Broward.
Em Boca Raton e nas áreas vizinhas do Condado de Palm Beach, os aumentos propostos nas tarifas geraram preocupação entre os residentes que já estão lidando com o aumento dos custos de moradia, seguro e serviços públicos.
Grupos de consumidores alertaram que mesmo aumentos mensais modestos poderiam prejudicar as famílias de baixa renda e de renda fixa.
A FPL argumentou que os aumentos são necessários para apoiar as atualizações de infraestrutura, atender à crescente demanda e investir em fontes de energia limpa, como energia solar e armazenamento de bateria.
A concessionária também afirma que as contas de seus clientes típicos permanecerão abaixo da média nacional, mesmo com as mudanças propostas.
As audiências, que devem continuar durante o mês, incluem depoimentos técnicos sobre previsões de custos, retorno sobre o patrimônio e o impacto dos recentes furacões sobre a confiabilidade e as despesas da rede.
Os oponentes do aumento da tarifa levantaram preocupações sobre a imparcialidade dos procedimentos e se os clientes residenciais estão adequadamente representados no processo.
Espera-se uma decisão da comissão antes do final do ano. Se aprovada, as novas tarifas entrarão em vigor em 1º de janeiro de 2026.


